Ovodoação

 

A ovodoação é um tratamento de Reprodução Assistida onde uma paciente (receptora) receberá os óvulos, de maneira anônima, de outra mulher (doadora) para que possa ser realizada a FIV e posterior transferência dos embriões para o útero da receptora. O ato é feito de forma sigilosa, anônima e sem fins lucrativos.

A ovodoação é realizada nos casos em que a receptora não tem mais óvulos próprios a serem utilizados em um tratamento, como nos casos de menopausa ou menopausa precoce, assim como nas situações se insucessos nos tratamentos com óvulos próprios. Isto porque, com o avançar da idade da mulher, a quantidade e qualidade dos óvulos vai diminuindo de maneira progressiva. Com uma menor qualidade dos óvulos, caso o tratamento seja realizado com os próprios óvulos, as chances de gravidez serão mais baixas, assim como o risco de abortos e algumas doenças genéticas serão mais altas. Portanto, em algumas situações o tratamento com óvulos doados gera uma maior chance de ter o bebê nascido e saudável em relação ao tratamento com óvulos próprios.

A seleção da doadora é realizada pela clínica de reprodução onde será realizado o tratamento, avaliando-se histórico familiar, médico e características físicas da possível doadora.

Características para ser doadora:

  • Ausência de histórico de doença genética na família;
  • Ter menos de 35 anos;
  • Tipo físico e sanguíneo compatíveis com a receptora;
  • Ausência de doenças infectocontagiosas;
  • Ter bom potencial ovariano.

Como ocorre a doação?

Quando ocorre a compatibilidade necessária entre a doadora e a receptora, ambas assinam termos de consentimento exigidos pela legislação brasileira. Só então o tratamento pode ser iniciado.

Doadora e receptora podem começar o tratamento juntas. A doadora realiza a indução da ovulação, enquanto a receptora passa por um tratamento para preparo do endométrio (camada interna do útero) antes de receber os embriões.

A doação é feita por mulheres em tratamento de Fertilização in vitro e o óvulo doado é fecundado em laboratório pelo espermatozóide do marido / parceiro da receptora ou com material de um banco de sêmen. Os embriões formados são transferidos para o útero da receptora normalmente no terceiro ou quinto dia de desenvolvimento celular, sendo permitida a transferência de no máximo 2 embriões. O teste de gravidez é realizado de 9 a 12 dias depois.

Se os tratamentos de doadora e receptora forem feitos separadamente, será necessário o congelamento dos embriões para depois ocorrer a transferência para o útero da receptora.

Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de 2017 informa que não é permitido ter nenhum vínculo comercial e, doadora e receptora, não podem se conhecer ou ter nenhum tipo de contato.

A ovodoação é indicada nos seguintes casos:

  • Pacientes que não tenham mais óvulos devido a menopausa natural ou secundária por conta de algum tratamento como quimioterapia e radioterapia;
  • Mulheres com idade avançada que apresentam óvulos com qualidade insuficiente para formar embriões com capacidade de implantação;
  • Pacientes que não obtiveram sucessos nas tentativas de fertilização in vitro.
  • Casais homoafetivos masculinos.